Cachorro ameaçado de extinção é filmado no Mato Grosso do Sul

As imagens raras de um adulto e dois filhotes de cachorro-vinagre foram capturadas em florestas plantadas de eucalipto, na cidade de Inocência (MS).

O flagrante feito por Rodrigo Fernando de Souza Rosa dos animais, veio de um telefone celular.

“Na hora em que cheguei, havia o casal e mais três filhotes. Os pais estavam mais afastados, observando os filhotes; depois, voltaram para perto e foram juntos embora”, relata Rodrigo. “Perguntei para os amigos e ninguém conhecia aquele animal.”

Confira o vídeo:

Sobre o cachorro-vinagre

Os cachorros-vinagre são animais sociáveis e vivem em grupo de 2 até 6 indivíduos, sendo que os adultos têm pelo longo castanho-amarelado. Já os mais jovens, têm pelo preto sobre todo o corpo. Os adultos têm comprimento entre 57 e 75 centímetros e pesam, em média, de 5 a 8 quilos. Suas pernas são curtas, assim como o focinho. As orelhas são relativamente pequenas, e o animal conta com garras afiadas, maiores do que as de cães domésticos do mesmo porte.

O animal é, em geral, carnívoro e caça, na maior parte das vezes, tatus e grandes roedores, como pacas e cutias. Também se alimenta de ratos, coelhos, gambás, quatis, lagartos teiús, cobras e aves terrestres. Caça em grupos pequenos e médios, sendo essa uma estratégia vantajosa, já que se trata de um animal pequeno.

Ao caçar em bandos, consegue matar presas maiores, como capivaras, emas, veados e catetos, empregando uma variedade de estratégias de caça cooperativa. Além disso, o cachorro-vinagre ataca as pernas de animais grandes até derrubá-los e consegue perseguir suas presas mesmo em águas profundas.

Espécie ameaçada

O cachorro-vinagre é uma espécie considerada “quase ameaçada” pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês). Porém, no Brasil, considera-se a espécie como “vulnerável” pela lista nacional oficial de espécies da fauna ameaçadas de extinção do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

“Se olharmos para o Cerrado, o cachorro é ainda mais ameaçado, podendo ser extinto em até 100 anos devido à redução das populações nesse bioma, ocasionada por doenças transmitidas por cães domésticos e a caça”, explica o ecólogo Elson Fernandes de Lima, mastozoólogo e gerente de projetos da Casa da Floresta, empresa especializada em monitoramentos de fauna e flora.