Doença parasitária grave pode levar a morte
Causada pelo protozoário Leishmania, a Leishmaniose é uma zoonose de evolução crônica, que, se não tratada, pode levar a óbito em até 90% dos casos.
A doença é classificada em dois tipos:
- Tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas;
- Visceral, que ataca órgãos internos.
Transmissão da Leishmaniose
O cão doméstico é considerado principal reservatório para a leishmaniose visceral , mas não é capaz de transmiti-la. O protozoário causador é transmitido apenas pela picada de fêmeas do inseto conhecido popularmente como mosquito-palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros nomes.
No Brasil, a principal espécie responsável pela transmissão é a Lutzomyia longipalpis.
Sintomas
Estima-se que cerca de 60% dos indivíduos contaminados sejam assintomáticos.
A doença pode ficar incubada por até seis anos e apresentar sintomas ao longo dessa progressão, quando pode atingir diferentes órgãos e comprometer a imunidade do animal, com os seguintes sintomas:
- febre de longa duração;
- aumento do fígado e baço;
- perda de peso;
- fraqueza;
- redução da força muscular;
- anemia
Diagnóstico
- Parasitológico – por meio de exame direto ou cultivo de material obtido dos tecidos infectados;
- Anticorpos – avalia a resposta de células do sistema imunitário e a presença de anticorpos anti-Leishmania;
- PCR – detecta a presença de ácidos nucleicos do parasito.
Tratamento
A primeira linha de tratamento no Brasil se faz por meio do antimoniato de meglumina. Outras drogas, utilizadas como segunda escolha, são a anfotericina B e a pentamidina.
Todas essas opções têm toxicidade considerável. Mas os efeitos gastrointestinais negativos desse tratamento podem ser amenizado com uso adjuvante do simbiótico imunomodulador Nuxcell PUFA.
A suplementação a partir da ação sinérgica entre pré e probióticos associados a nutrientes específicos e ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs), também potencializa a resposta imune e contribui para melhorar a qualidade de vida do animal debilitado.
Prevenção
Não há vacina para humanos, apenas para o tipo visceral canina. Ela é capaz de reduzir a carga parasitária e reduzir a progressão.
O combate ao inseto transmissor é a principal e mais eficaz forma de prevenção da Leishmaniose Visceral. Diferente do mosquito da dengue, ele não precisa de água parada para se reproduzir. Para mantê-lo longe é preciso manter adequada higiene ambiental por meio de:
• Limpeza periódica dos quintais, retirada da matéria orgânica em decomposição (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo, locais onde os mosquitos se desenvolvem).
• Destino adequado do lixo orgânico, a fim de impedir o desenvolvimento das larvas dos mosquitos;
• Limpeza dos abrigos de animais domésticos, além da manutenção de animais domésticos distantes do domicílio, especialmente durante a noite, a fim de reduzir a atração dos flebotomíneos para dentro do domicílio;
• Uso de inseticida (aplicado nas paredes de domicílios e abrigos de animais). No entanto, a indicação é apenas para as áreas com elevado número de casos, como municípios de transmissão intensa (média de casos humanos dos últimos 3 anos acima de 4,4), moderada (média de casos humanos dos últimos 3 anos acima de 2,4) ou em surto de leishmaniose visceral;
• Uso de Coleiras à base de Deltametrina a 4%, cães;
• Vacinação dos cães;
• Instalação de telas de proteção nas residências.
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Com informações do Glossário de doenças da Agência Fiocruz de Notícias e da Divisão de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina.