Pílulas para longevidade dos cachorros, é possível?

startup norte-americana de biotecnologia Loyal está desenvolvendo uma pílula que promete aumentar o tempo de vida de cachorros, mas será que é possível?

Testes em laboratório já mostraram que o envelhecimento não é necessariamente uma degradação inevitável do corpo. Na verdade, como foi explicado pelo site Wired, ele é um processo biológico com controles e componentes genéticos, os quais poderiam ser hackeados.

Mecanismos de reparo de DNA ajudam as baleias-da-Groenlândia, por exemplo, a ultrapassar os 200 anos. Por que não replicar isso em outras espécies?

Vale dizer que os cães são apenas o início de um plano maior. O objetivo dos cientistas, na verdade, é encontrar medicamentos que permitam a maior expectativa de humanos. 

A startup trabalha atualmente no desenvolvimento de dois medicamentos: Loy-001 e Loy-002.

O Loy-001 é destinado a prolongar a vida útil e a saúde de cães de raças grandes — ensaios clínicos com cachorros estão planejados para 2023, com  possível liberação prevista para 2026. 

Já o Loy-002 destina-se a prolongar a vida e a saúde de cães mais velhos de todas as raças, mas excluindo os animais de porte pequeno.

Os cientistas começaram a testar a pílula em cachorros em setembro deste ano e pretendem ter o produto no mercado em 2024.

“Nossa missão é ajudar os cães em todos os lugares a viverem vidas mais longas e saudáveis”, informa o lema da empresa. “A Loyal é uma empresa de medicina veterinária em estágio clínico, que desenvolve medicamentos destinados a prolongar a vida útil dos cães.”

Os mecanismos por trás do medicamento não foram expostos pela empresa. Porém, há outros grupos interessados em aumentar a longevidade de cachorros e que dão algumas dicas de como isso seria feito. 

Dog Aging Project

O Dog Aging Project é liderado pela Universidade de Washington e pela Faculdade de Medicina Veterinária e Ciências Biomédicas A&M do Texas, ambas nos EUA. A equipe está testando a rapamicina, um imunossupressor indicado para evitar a rejeição de órgãos após transplantes renais. 

Segundo estudos, animais que receberam o medicamento se tornaram mais ativos, provavelmente porque sofreram o alívio de artrites ou outras dores. Mais pesquisas devem ser conduzidas em breve para confirmar sua efetividade. 

No final, o principal objetivo dos pesquisadores é simples: evitar doenças relacionadas à idade e, consequentemente, prolongar a vida útil do animal. Basta esperar para saber se os planos se concretizarão.